segunda-feira, dezembro 05, 2005

Conversas a um

Numa viagem como tantas outras feitas semanalmante acompanhado apenas por si, entre cigarros e conversas sobre variadíssimas coisas descobrimos este excerto cujo início foi despoletado por uma música que passava na rádio...

-Engraçado, a uns tempos atrás apenas ouvia meia dúzia de pessoas a fazer música desta maneira e com tal sentido, hoje simplesmente me caem aos pés artistas deste tipo
-Pois... E as diferenças? Já reparaste no declive negativo que surge na qualidade á medida que a quantidade de pessoas que a produzem aumenta...
-Como tudo na vida, pensa em ti!? Aquilo que gostas e desejas para ti será sempre diferente do que eu gosto pois somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo serão gostos muito idênticos e se formos muitos a tê-los surge o "comercial"...
-É bom, para alguém se poder aproveitar disso...
-Simplesmente quando gostamos de algo e não falo apenas de música, falo simplesmente de tudo, basta sermos muitos para haver uma explosão de oferta... E aquele gosto que antes era complicado saborear e por isso especial hoje aparece-nos em qualquer esquina...
-Aí a oferta fica tão diversificada...
-Que nos leva ao ponto de ao provar tantos sabores por vezes esquecermo-nos desse que era especial
-Ou confundi-lo entre variadíssimos sabores...


(cigarros)


-Que bom seria....
-Ela dizer-te que hoje abriu a porta mas tu não entraste...
-Ao que eu responderia:
-Desculpa, é que da última vez que entrei tomei a liberdade de esconder uma janela numa parede e hoje não apareci pois estava à janela...
-A observar a harmonia existente entre esse local que fica por trás da porta e a tua pessoa...
-O que me fez perder a noção do tempo...



(cigarros)


Peço desculpa mas neste tema a conversa estava demasiado excitante e controversa que até eu vi-me obrigado a entrar na discussão, não conseguindo assim a reportar...
Deixo-vos apenas as conclusões que curiosamente foram exclamadas no mesmo instante!!!

-Sou mesmo diferente de mim próprio!!!
-Sou mesmo diferente de mim próprio!!!
-Sou mesmo diferente de mim próprio!!!

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vais ter de deixar d fumar essas merdas!!!
Ms continua a escrever...
Algum dia alguem importante pode ler isso e tens o teu futuro garantido :)

segunda-feira, dezembro 05, 2005 9:37:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Concordo ctg (ou a origem dessa conversa). A variedade é tanta para suportar a procura q o comercial e leigo começa a soterar-nos. Ainda este fim de semana me senti perdido, a qd a caminho de casa. Mas uma coisa me ajudou a manter sanidade e ajudar a limpar a mente e aclamar-me. Lembra-te das tuas origens. Aí saberás sempre c q contar e de onde vens. Esse é o verdadeiro sabor, o tal sabor q antes era tão diferente de nós e agora é o q nos ajuda a suportar o nosso dia-a-dia

segunda-feira, dezembro 05, 2005 10:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

=)
Aí está..aquele menino que entra na minha vida num fim de semana em Caminha.. cresce, torna-se homem e vem expor pensamentos!
É muito bom poder ler as coisas que escreves..sao lindas!
Obrigada por seres..
A Bruxinha*

terça-feira, dezembro 06, 2005 8:57:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

andas mt mas mt eskesito,agora ja escreves como s fosses um escritor a serio,a ... anda a por t todo maluco,mas e assim k eu t curto,o meu grande amigo "COLEGUINHA".nunca pensei k tivesses tanto jeito pa escrita,cnt assim k um dia ainda publicas um livro.adeus LOCAS

quarta-feira, dezembro 07, 2005 2:58:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente me ponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

Fernando Pessoa, in 'Para a Explicação da Heteronímia

sexta-feira, fevereiro 24, 2006 2:57:00 da manhã  

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