sexta-feira, junho 12, 2009

Simplesmente...

Caminho numa fase calma da vida... Sinto que aquela rotunda que tantas saídas tinha finalmente me mostrou a saída e agora parece que caminho à beira-mar de mão dada com firmamento... Sorrio e acredito, choro e observo o mar, a sua imensidão que me faz sentir minúsculo perante ele e perante a dimensão daquilo que sentimos... Acho que os nossos sentimentos não deviam ser maiores que nós porém a diferença é simplesmente abismal... Seria tudo mais fácil se eles fossem pequeninos como nós, talvez aí conseguiríamos lidar com eles de forma racional e enfrentá-los sem ter medo e até quem sabe assumir controlo sobre eles e guia-los por aquele caminho que nos parece ser o melhor... Aquele, vocês sabem qual é! Aquele que está lá sempre mas pelo qual nunca vamos e nunca sabemos porque não fomos...

Revolto-me e volto a revoltar para ver a sorte que tenho, tal como se faz com as cartas... Porém o jogo é sempre muito parecido, fazer bluff? Arriscar... Não me parece... Continuo a passar até que as oportunidades de ganhar se esgotem...

quinta-feira, outubro 18, 2007

Vicio de ti...

Não consigo, por mais que queira não consigo fugir, e quando quero refugio-me aqui…
No cubículo mágico, ao som da sorte que o rádio me dita escrevo e volto a viver, é sempre bom regressar a casa e abraçar aqueles para quem temos a certeza que somos importantes, é assim que me sinto sempre que escrevo, só mais um bocadinho vivo, só mais um bocadinho eu… As letras pensamentos, as frases ideias, os parágrafos simples pensamentos que de tão simples que são espelham simplesmente um eu que existe, que é e que mesmo não se vendo acompanha-me e torna este sorriso autêntico dentro do teatro que é a vida…
Volto aqui e sou aquele, o mesmo de sempre que por mais que muda nunca se altera quando embrenhado nesta escrita que ganha vida e comanda um cérebro pelos caminhos mais desconhecidos que nem ele mesmo sabia existirem, volto aqui e sorrio pois sinto aquele aproximar do desejo, da vontade, do querer ser mais e melhor, de saber o que vai sair daqui, hoje sai isto que nada é mas que em tudo se transforma…



Costumo dizer que adoro jogar futebol pois é a única coisa que ainda faço como na infância, da mesma forma, é como se ainda tivesse doze anos, a mesma alegria, aquela euforia, apenas o sonho já não é vivido da mesma forma pois a idade para o sonho já passou. Escrever é a única coisa que consigo fazer onde conjugo tudo aquilo que sou e me vou tornando e aquilo que sinto perante tal evolução…


O olhar dos outros sobre aquilo que escrevo ajuda-me por vezes a ver em mim o que antes não tinha sido capaz de ver…

Assim como

O olhar dos outros sobre aquilo que escrevo ajuda-me por vezes a ver neles o que antes não tinha sido capaz de ver…


Preciso encontrar soluções, para tal crio problemas…


A necessidade que sinto em escrever é a mesma que sinto de te ver… Preciso, tem que ser uma constante na minha vida. Que raio de vicio fui eu arranjar, necessitar de soltar pensamentos e teorias no papel para me sentir melhor, para me sentir vivo… É como se fosse preciso passa-los para o papel para provar a mim mesmo que existem e que estão aqui, se bem que eles já provaram isso e muito mais, ambos sabemos, eu e eles que existem e que não vão embora tão cedo…

terça-feira, julho 24, 2007

No limiar do definhar...

Arrasto-me por estes dias que me escapam por entre os dedos, longos e ao mesmo tempo minúsculos que para nada dão e onde tudo pode menos aquilo que se deseja… Dias longos que escorrem como tinta numa tela que não quer ser pintada. A minha inteligência prega-me rasteiras mostrando-me que está a ser empregue de forma errada, que não foi desenvolvida para isto e que não é nisto que quer ser aplicada e evoluir… Dou voltas á noite na cama imaginando como tudo seria se o risco fosse corrido e se os dados fossem lançados, o vento parecia favorável… Os sinais, esses que agora consigo interpretar melhor mostram-me que seria um simples viver para aquilo que se foi feito, um crescer em plenitude e um viver para aquilo que se foi designado no grande Livro dos Desígnios, mas eu, tipicamente disse que não e de tanto que escrevi, de tanto que rasurei, apaguei e corrigi, rasguei a folha e agora ela anda perdida ao vento sem saber qual era o seu local pois ate o número de página foi apagado nessas confusões que fazem a clareza imperceptível de uma vida…


O local é o de sempre, o que se é não muda, apenas muda a forma de estar perante a vida e as coisas que nos rodeiam, e isso sim e uma mudança pois para se ser aquilo que se tem de ser e não aquilo que se quer a luta não pode parar, é uma guerra interior que não nos dá descanso e que nos apresenta armas que possuímos que não imaginávamos possuir. O futuro? Esse será grandioso ou não esteja a ser o presente vivido da forma mais dura que se podia arranjar, dizem que a vida nos dá aquilo que recebe logo para o futuro podemos esperar nada mais, nada menos do que o melhor que ela nos tem para oferecer.

De extremos? Não me parece… Dramático, talvez um pouco… Crente? Mais em ti do que em mim… Sonhos? O meu sonho é poder sonhar…

Paraíso? Pode ser… Quando saímos?

O tempo que passa sem passar… o mistério das coisas que reside no facto de não terem mistério nenhum e continuarem sempre iguais, sempre as mesmas coisas… No máximo dos máximos nós é que com o passar do tempo mudamos a nossa forma de as ver…

Uma vida que vai passando ao som de planos e projectos para si mesma sem dar-mos conta que ela vai passando e esses planos, projectos e sonhos vão ficando na gaveta, até que desaparecem por fim…

quarta-feira, janeiro 17, 2007

formatar ou descompactar...

Deslizo por entre estes dias que correm de forma lenta mas acentuada, uma época entre algumas épocas parecidas a que já me habituei. No entanto esta é vivida de forma diferente, presente mas distante… Sinto-me como que voando por entre os céus, atravessando estas fronteiras constantemente observando o meu dia-a-dia lá em baixo… Sorrio, nego, protesto e enalteço uma vida que só quem a vive é que pode sentir e saber o seu significado. Mas dentro deste cubículo todos sabemos e talvez por isso assim esteja o nosso exterior, sabemos que o tempo não para e a evolução já se dá sem muitos entraves e que não tarda muito está ai a hora de decisão final… E então??? Será que iremos conseguir a fusão ou simplesmente iremos abdicar dos demais e prosseguir apenas com quem tem que ser, certamente se isso acontecer eu por cá ficarei, sei bem que para mim não há lugar nessa vida! Confusão total!!! Apenas sabemos o que fazer mas a luta por saber quem o irá viver mantém-se, o supremo Ser parece não querer pensar nisso e como eu o compreendo, é como ter que escolher 2 ou 3 filhos entre 5. Haverá coisa mais difícil nesta vida do que abdicar de um filho??? Não me parece… A meu ver e obviamente que não sou imparcial e puxo a brasa à minha sardinha achando que deveria optar por aqueles que seguem aqueles princípios que ele impôs a si próprio quando tomou a decisão de vir para cá, certo que anos passaram mas a última coisa que dele espero é que se tenha deixado corroer por seres humanos que tudo são excepto aquilo que dizem ser…

quarta-feira, novembro 15, 2006

A força dos ombros...

E sempre que passa mais um dia tudo pode mudar, é mais uma história que pomos na mochila, aquela que carregamos desde sempre e que pesa cada vez mais, pesa tanto que por vezes se torna insuportável carrega-la. Hoje sinto que a minha esta prestes a rebentar pelas asas, aquelas mesmas que me permitem carregá-la desde há muito tempo. Alberga tantas coisas, tão diferentes que quase se quebram apenas de saber o próximo que estão umas das outras. Vivo cada vez mais com aquela intensidade que me caracteriza e procuro… Vejo-te por entre as brumas que comandam a noite e vou atrás, reparo que a tua mochila é bem diferente da minha e a curiosidade, aquela mesma que um dia matou o gato puxa-me até ela e faz com que queira abri-la e analisar peça a peça o que ela contém, porém sei que posso observa-las mil e uma vezes que nunca terei a mesma percepção sobre ela que tu um dia tiveste e te fez guarda-las. Assim é com a vida nunca conseguiremos transpor para o exterior o significado que ela tem para nós, tendo cada um que nos rodeia uma diferente percepção sobre ela… Feliz, estranha, maluca, monótona, devaneante, não sei… Mas o que é certo é que gostava de saber, apesar de saber ser impossível, para mim não o é e tenho fé que se acreditar muito vou lá chegar e conseguir provar que essa pedra que tens na tua mochila é igual a esta flor que eu trago na minha mas que devido ao meio, ao espaço e ao tempo em que foi colhida tiveram formas tão diferentes mas que o seu conteúdo é igual!!!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Infinitos pensamentos num instante

Penso demasiado, penso e volto a pensar. Sinto que atingi o limiar, aquele limite entre um simples pensar e um devaneio atroz e desfasado…Sinto realidades, misturo-as com pessoas e estas com os locais, observo o enredo, a intriga e o seu desenvolvimento. Reparo que definhas perante tal realidade em determinado meio e choro pois sei que essa realidade noutro meio seria simplesmente fantástica… É isso, penso e imagino, crio e destruo, tenho esse poder! A cabeça é minha e uso-a consoante me apetece sem nunca esquecer o meu meio e a minha realidade que cada vez mais foge para o irreal… Esse mundo que me puxa e que me segreda que será no inexplicável que vou encontrar as minhas respostas…Penso, e fico ansioso, tantos frames que me percorrem a cabeça a uma frequência tal que não os consigo acompanhar e tirar ilações e sempre que o faço perco o fio a meada…Entro em estado de loucura pois quero transpô-los para o papel mas a velocidade a que estes se desenvolvem torna essa acção simplesmente impossível.


Um mundo imenso, capaz de nos ocupar uma vida com apenas uma ínfima parte de si, esta aqui e pede-nos para o explorar. Milhares de seres pequeninos que o percorrem de um lado para o outro, todos diferentes mas todos iguais, todos excepto aqueles que têm consciência da morte e seu significado… Aqui tudo começa…


Quero escrever, sento-me e começo a pensar… Tanto para transpor para o papel que não me sai nada. Sempre foi assim, quando me sinto numa rotunda onde sei exactamente onde todos os caminhos vão dar opto por não percorrer nenhum deles. Prefiro sentar-me e observar… Sorrio, espanto-me e questiono-me, sempre o farei, sempre suscitarei em mim a dúvida, o porque.. A procura do conhecimento pleno (Perdão) A procura do conhecimento inexistente faz de mim aquilo que sou hoje, um multifacetado nada que está apenas a um instante de ser tudo, de conseguir pegar no mundo e faze-lo girar em uníssono… Já sonhei, já sonhei muito. Hoje apenas procuro pegar em mim e em ti e poder ser teu por breves momentos, numa palavra que se diz… num gesto que se faz ou até mesmo num respirar que se oferece por algo que se quer mas apenas não o tendo…


Todos os dias acordo, todos os dias vejo algo de novo, as descobertas que mais gosto são aquelas feitas nas coisas que sempre lá estiveram, apaixono-me a cada passo que dou perante aquilo que vejo…Sinto o mundo a entrar em mim com uma força que não consigo exteriorizar, cada cara que se atravessa no meu caminho mexe comigo, a pequena formiga que trabalha arduamente sem dar por mim consegue com a sua presença arrancar-me um sorriso…
Recordo os meus momentos de infância através de uma música ou até de uma expressão familiar e tudo muda. Lembro-me da criança que fui e comparo-a com aquilo que sou hoje… Para ela, hoje sou algo que nunca sequer pensei ousar existir. Para mim ela é algo que me apetece abraçar e pedir para voltar, não para o voltar a ser mas para estar presente e me recordar cada vez mais que um dia fui assim.


Sinto o entusiasmo a crescer em mim, a cada palavra que adiciono ao texto mas de repente tudo muda…A palavra certa falta e aquela encontrada para colocar em seu lugar altera todo o contexto e conteúdo da mensagem a ser transmitido, assim como nestes textos também na vida falta aquela peça que tudo clarifica e torna o contexto feliz… Mas é no acreditar que está a virtude e no tentar que está o acreditar.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Instante

Num dia que vai
Numa busca que nos trai
Surgiu em mim um ser inconstante
Que cresce mas sempre de forma deambulante
Cresce em forma de bola de neve ou talvez em espiral
Aumenta e fortalece-se a cada passo dado de forma magistral
Um ser que se afunda em si e nos seus pensamentos se vê submerso
Que aumenta tanto e cada vez mais ate se tornar no maior tal como este verso!
Letras, palavras, frases, parágrafos que me tornam um ser imerso
Quem manda sou eu, aqui não há distinção entre bem e mal
Tudo muda e diminui agora de forma bem mais gradual
Com calma me vou mas sempre com ar intrigante
Numa busca que pensei ser desesperante
Numa peça dum puzzle que cai
Fecha a porta e sai