quinta-feira, outubro 26, 2006

Infinitos pensamentos num instante

Penso demasiado, penso e volto a pensar. Sinto que atingi o limiar, aquele limite entre um simples pensar e um devaneio atroz e desfasado…Sinto realidades, misturo-as com pessoas e estas com os locais, observo o enredo, a intriga e o seu desenvolvimento. Reparo que definhas perante tal realidade em determinado meio e choro pois sei que essa realidade noutro meio seria simplesmente fantástica… É isso, penso e imagino, crio e destruo, tenho esse poder! A cabeça é minha e uso-a consoante me apetece sem nunca esquecer o meu meio e a minha realidade que cada vez mais foge para o irreal… Esse mundo que me puxa e que me segreda que será no inexplicável que vou encontrar as minhas respostas…Penso, e fico ansioso, tantos frames que me percorrem a cabeça a uma frequência tal que não os consigo acompanhar e tirar ilações e sempre que o faço perco o fio a meada…Entro em estado de loucura pois quero transpô-los para o papel mas a velocidade a que estes se desenvolvem torna essa acção simplesmente impossível.


Um mundo imenso, capaz de nos ocupar uma vida com apenas uma ínfima parte de si, esta aqui e pede-nos para o explorar. Milhares de seres pequeninos que o percorrem de um lado para o outro, todos diferentes mas todos iguais, todos excepto aqueles que têm consciência da morte e seu significado… Aqui tudo começa…


Quero escrever, sento-me e começo a pensar… Tanto para transpor para o papel que não me sai nada. Sempre foi assim, quando me sinto numa rotunda onde sei exactamente onde todos os caminhos vão dar opto por não percorrer nenhum deles. Prefiro sentar-me e observar… Sorrio, espanto-me e questiono-me, sempre o farei, sempre suscitarei em mim a dúvida, o porque.. A procura do conhecimento pleno (Perdão) A procura do conhecimento inexistente faz de mim aquilo que sou hoje, um multifacetado nada que está apenas a um instante de ser tudo, de conseguir pegar no mundo e faze-lo girar em uníssono… Já sonhei, já sonhei muito. Hoje apenas procuro pegar em mim e em ti e poder ser teu por breves momentos, numa palavra que se diz… num gesto que se faz ou até mesmo num respirar que se oferece por algo que se quer mas apenas não o tendo…


Todos os dias acordo, todos os dias vejo algo de novo, as descobertas que mais gosto são aquelas feitas nas coisas que sempre lá estiveram, apaixono-me a cada passo que dou perante aquilo que vejo…Sinto o mundo a entrar em mim com uma força que não consigo exteriorizar, cada cara que se atravessa no meu caminho mexe comigo, a pequena formiga que trabalha arduamente sem dar por mim consegue com a sua presença arrancar-me um sorriso…
Recordo os meus momentos de infância através de uma música ou até de uma expressão familiar e tudo muda. Lembro-me da criança que fui e comparo-a com aquilo que sou hoje… Para ela, hoje sou algo que nunca sequer pensei ousar existir. Para mim ela é algo que me apetece abraçar e pedir para voltar, não para o voltar a ser mas para estar presente e me recordar cada vez mais que um dia fui assim.


Sinto o entusiasmo a crescer em mim, a cada palavra que adiciono ao texto mas de repente tudo muda…A palavra certa falta e aquela encontrada para colocar em seu lugar altera todo o contexto e conteúdo da mensagem a ser transmitido, assim como nestes textos também na vida falta aquela peça que tudo clarifica e torna o contexto feliz… Mas é no acreditar que está a virtude e no tentar que está o acreditar.